terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

DISCURSO DO BIAL



Para que tentemos entender:

Elieser! Marcelo! Nasser! Ri melhor quem acha graça! Vive melhor quem reconhece sentido num sorriso... Vamos procurar dar um sentido a essa hora última. Um sorriso. Quem tão valente para sorrir agora? Com os olhos, Elieser? Sem ser amarelo, Marcelo? Destravando as mandíbulas, Nasser? Ei, vocês três! É o fim. E o fim não justifica o meio, é pelo fim que tudo começa. A razão de tudo é acabar, sério. Dezenas de milhões de votos. Dezenas de milhões de votos contra vocês. Contra vocês, os três. Logo vocês, que ainda nem sabem do fim. Três homens, ou melhor, três meninos. 
Aplaudidos pelo que não fizeram, acusados pelo que deixaram de fazer, seguidos e adorados por inimigos e detratores... Fernanda, depois explica o que é detrator... Muito embora, doutora, seja difícil fazer justiça aí, onde todos são culpados até se provarem inocentes... Condenados antes de mais nada. 
E eu chego para absolver. Absolver e soltar. Mas vocês são prisioneiros que não querem sair. Aí, aqui, agora, vocês desejam a liberdade... De permanecer presos, né não? Para todos: tá bacana esse BBB Crazy de vocês. Novatos aprendendo, veteranos desaprendendo, veteranos ensinando, novatos ensinando. Novatos inventando veteranos renovados. Aliás, não tem mais novato a essa altura do campeonato. Todos aí já têm, ou já tiveram tempo para ter, uma ideia bem clara do jogo, e seus macetes. Macetes traiçoeiros pra vocês, aprendizes de feiticeiro, estreantes ou reincidentes. Cada um já apanhou um bocado, precisou submeter-se ao jogo, aprender que, antes de tudo, é um jogo de observação. O jogo exige atenção. Atenção, reflexão cuidadosa e reflexo ágil. 
Olho no outro. Se você ficar olhando muito pra si mesmo, sem paciência para ver os outros, (como Nasser quando fica com os olhos vendados pelo mau humor e não vê nada), os outros te passam por cima. Tem que saber ler. Elieser aprendeu isso. Elieser aprendeu muito, num esforço de concentração, foco, correção. Mas nunca há garantia de nada. A gente não pensa, a gente é pensado. A gente não pensa com a cabeça. A cabeça nos pensa. A poesia sabe mais que a ciência nessa hora. A hora em que a gente aprende, final e fatalmente, como o público leu essa história, de que livro gostou mais. Só um de vocês vai ter a chance de escrever o próximo capítulo. Para você, é hora de fechar o segundo volume. É o fim, Elieser.”

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