Vamos imaginar uma situação: temos doze, treze anos, somos estudantes. É um dia qualquer de março. Primeiro dia de aula num colégio novo. Mundo novo. Colegas novos. Amizades novas. Inimizades também. Pela lei natural de sobrevivência, nossa idéia será conquistar mais amizades do que inimizades. Queremos ser aceitos. Queridos. Bem vistos. Sabemos que, se não for assim, teremos todo um inferninho particular pela frente a ser encarado todo dia, por várias horas, durante muitos meses.
Imaginou? Então. Agora transpõe.
Big Brother Brasil 9. 13 de janeiro. Estreia o programa e eu vou parar na famigerada bolha. Não vou pra casa. Fico na bolha com outras três pessoas. Lá na casa, 14 almas sedentas por competição. 21 de janeiro. Por voto popular, consigo entrar na casa. Chego sete dias depois das outras 14 almas, que àquela altura, já eram 13. Perdi sete dias de convivência com essas pessoas. Elas são uma turma. Adversários, competidores, mas ainda assim uma turma. Tenho sete dias e todo um mundo pra tentar reaver. Correr atrás do prejuízo.
Agora eu pergunto: como assim, Bialski, Dona Josiane entra na casa num minuto e no minuto seguinte assume uma cara de nojo que NADA é capaz de tirar?
O dia que conseguir responder essa pergunta talvez eu entenda o comportamento de Josiane. Uma parte dele. A outra parte só entenderia respondendo mais uma pergunta: como assim, Bialski, Dona Josiane soube pelo povo "olha só, o lado B é melhor, todo mundo curte mais" e AINDA assim Dona Josiane resolve implicar exatamente com parte do lado B?
Minha vontade é dizer que além de antipática ela é burra. E que já conquistou lugar definitivo no ranking de pessoasmaisentojadasever do BBB. Mas isso me soa simplista demais. Sinto que estou perdendo algo. Nepossivel ela agir assim, de graça. Tem que ter explicação.
Vai ver o trauma da chegada perdura.
Outra possibilidade é que Pequeno Bonifácio resolveu inaugurar um sistema de transmissão por holografia com ela. Só nós vemos a Josi entojo. Lá dentro, eles veem a real Josiane. Muito simpática, alegre, meiga, fofa, um doce de pessoa. Gosto dessa possibilidade até porque ela explica também o fato de ninguém naquela casa ter dado UM votinho pra ela. É, pensando bem, é isso. Quase nos enganou, hein, Bonifácio?
Pra ler ouvindo: Salve simpatia, Jorge Ben Jor
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